TEXTO CURATORIAL
O projeto expográfico e curatorial apresentado na exposição “Nó de Nós”, nasce do encontro de 7 artistas que atuaram como mediadores, nos processos de reflexão e aprofundamentos poéticos de si mesmos e de outros artistas através dos encontros virtuais de leitura de portfólios junto ao grupo “O olhar dos outros “, tais eventos foram promovidos pela Galeria Eixo Arte Contemporânea desde 2020.
Nesse sentido a exposição “NÓ de nós” é palavra que sintetiza os arroubos, impulsos, que nos colocam em movimento na possibilidade de estar juntos, de se encontrar ainda que por caminhos diversos, seja por suas práticas, linguagens, suportes, materiais e conceitos que comportam e dão lastro à diferentes modos de ser e estar no mundo.
Vivências e experiências diversas que se somam seja pela efemeridade de seus gestos, seja pela potência de suas formas, seja pelos seus modos de composição, nos conduzem a pensar as sutilezas e estranhamentos na diversidade das obras e seus sujeitos diante do aqui e o agora e suas urgências.
É no encontro dessas diferenças que se potencializam os diferentes movimentos relacionais de cada trabalho que definindo suas particularidades enunciativas, compreendendo suas forças interativas, como uma elaborada teia de significados, que se move, se alarga, e se expandem em direção ao outro, habitando um espaço ainda que temporário onde corpo, obras e imaginários se entrelaçam.
Amanda Leite, Clara Infante, Cota Azevedo, Dulce Lysyj, Mariana Galli, Rafaela Jemmene e Virgilio Neves
artistas | curadores
RELEASE
Exposição da galeria Eixo Reserva, reúne em Niterói, RJ, sete artistas- curadores, entre o mês de maio e junho
‘Os corpes’ e os seus entrelaces compõem a espinha-dorsal da mostra
Uma estrutura corpórea comum a dois ou mais elementos que engloba toda a matéria em um mesmo potencial; um ponto, uma corrente e as artes: trata-se, aqui, da narrativa da exposição “Nó de Nós” apresentada pela galeria Eixo Reserva, Niterói, RJ. A mostra que reúne pinturas, vídeo, foto-performances, site-specific e objetos escultóricos dialoga com as possibilidades de se pensar ‘os corpes’ na contemporaneidade, sobre diferentes ângulos e perspectivas. São sete artistas-curadores, a citar: Amanda Leite (TO), Clara Infante (RJ), Cota Azevedo (BA), Dulce Lysyl (RJ), Mariana Galli (GO), Rafaela Jemmene (SP) e Virgilio Neves (SP), que dialogaram juntos, durante dois meses, a construção de toda a estrutura projetual da exposição, que agora poderá ser apresentada em interlocução com o público entre os dias 13 de maio a 25 de junho.
Para Sara Figueiredo, fundadora e diretora da galeria Eixo Reserva, e Vilmar Madruga, curador do espaço, a ideia do projeto diz muito sobre a necessidade de se elaborar ações artísticas pensando por e a partir do coletivo. “Há três anos iniciamos um programa, ‘O olhar dos outros’, uma troca feita entre os artistas que apresentam os seus portfólios e projetos para outros artistas-mediadores. No decorrer de tantos encontros, on-line, a gentileza e a troca de experiência destes 7 artistas foi reverberando em todo o grupo. O afeto veio e ficou de uma forma arrebatadora e assim, naturalmente os mediadores tornaram-se parte da equipe EIXO”. Ela ainda complementa: “hoje apresentamos com admiração a exposição ‘NÓ de NÓS’, que representa a concretização de um projeto, com parceria e respeito, sete artistas, sete mediadores e sete curadores”.
Os artistas e as suas poéticas
Amanda Leite (@amandampleite)
Artista Visual, fotógrafa e professora. Trabalha a produção de visualidades na articulação entre realidade e ficção. Explora vestígios e rastros em paisagens fabuladas investigando outros modos de ver e de pensar a fotografia contemporânea. Neste movimento, a noção de fotografia expandida interessa à Amanda, por isso, usa de diferentes técnicas, dispositivos e suportes de modo a explorar processos criativos experimentais.
Clara Infante (@clarinfante)
Artista visual, psicanalista e poetisa, Clara Infante procura expressar com materialidades distintas o movimento do corpo que imprime aos trabalhos uma precariedade subtraída. Além disso, materiais diversos configuram obras que navegam entre construções e reconfigurações e a cultura brasileira. “O gesto e o resto seriam um in-possível”, afirma Infante ao falar sobre a narrativa do seu trabalho.
Cota Azevedo (@cotaazevedo)
Artista transdisciplinar, comunicadora e curadora; nordestina brasileira, vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ. A memória, o fragmento e o corpo são três temas centrais em suas obras. A linguagem dos trabalhos pode-se dizer ser construída a partir da experimentação, incorporação, do fazer manual, e das visualidades populares. Para isso, explora diferentes suportes como vídeo, fotografia, pintura, objetos e instalações; recorrendo a assemblages diversas (inserções textuais de palavras-imagens, entre papéis, linhas, tramas, retalhos de tecidos, madeira, arame, tinta a óleo, pastéis secos, oleosos, etc.).
Dulce Lysyl (@dulcelysyj)
É artista visual e nefrologista. Seu interesse é na invisibilidade. Naquilo que normalmente não está acessível ao olhar. Sua pesquisa é atravessada por inquietações da prática médica, pela percepção do outro, da dor que ultrapassa a dor física e seus desdobramentos. Partindo do olhar da arte com o viés da vivência médica, transborda estas experiências transitando em diferentes mídias. Para tanto, recorre a elementos do seu cotidiano profissional, além de elementos impregnados de memória, para criar uma poética em torno do corpo e da cura.
Mariana Galli (@marianagaleli393)
Artista visual, interdisciplinar, com interesse na escrita crítica e poética, nas potencialidades e cruzamentos da fotografia, da performance e do vídeo desde 2012. Tem usado a fotoperformance e o vídeo como um modo de performar a si mesma e sua relação com os sentidos de corpo, ritual, lugar e memória.
Rafaela Jemmene (@jemmene)
Artista visual, doutora e mestre em Artes Visuais pela UNICAMP. Atualmente, investiga em suas criações a noção de site-specific como metodologia em sua produção artística. Para Jemmene, a sua poética encontra-se na caminhada como procedimento impulsionador de processos artísticos e na possibilidade da elaboração de trabalhos, para tanto, utiliza-se da apropriação de fragmentos de textos em suas obras. Vive e trabalha em São Paulo, SP.
Virgilio Neves (@virgilioneves7)
Desde 2014, o artista visual paulistano tem procurado maneiras de expressar a volatilidade do mundo contemporâneo. Na obra apresentada na exposição, um díptico, cubos de gelo percorrem a superfície das telas e se misturam ao pigmento até derreterem por completo. A
composição não só revela a visualidade de um fenômeno volátil, como também deixa vestígios de um corpo em movimento.
A Galeria Eixo Reserva
A Eixo Reserva visa exercitar o espaço da galeria como lugar construtor, divulgador e mantenedor das novas manifestações artísticas, buscando manter um diálogo da ocupação junto a ampla comunidade e seus contextos locais. Além disso, visa participar do cotidiano da cidade de Niterói, RJ, e do Rio de Janeiro, RJ, fortalecendo o espaço cultural a partir do contágio com a vida local, em dois sentidos: o que se apreende do fazer artístico e como se colabora para sua ativação.
Histórico
No ano de 2013, a Eixo inicia-se o primeiro projeto virtual e em 3D: criação de salas expositivas para artistas visuais cariocas. Em 2016, lança-se a convocatória “Coletiva EIXO”: uma exposição virtual que se estendeu ao âmbito (inter)nacional.
A partir de 2018, surgem novos projetos como: a paralela EIXO (que ocorre simultânea à feira artística, ArtRio), abre novos convites para exposições individuais e atua como apoiador cultural das mesmas. Em 2019 passa atuar no espaço da Reserva Cultural, localizado em Niterói, RJ, como colaborador das exposições de poéticas visuais. Pode-se destacar ainda o papel atuante como fomentadora educacional artística, ao realizar: consultorias, oficinas, cursos on-line gratuitos e pagos. Atualmente, a Eixo passou a ocupar a Galeria Reserva Cultural e fundir as marcas, ficando, assim, a galeria EIXO RESERVA.
SERVIÇO
Local: Galeria Eixo-Reserva (Rua Visconde do Rio Branco, 880 Niterói, RJ- Brasil) Visitação: 13 de maio até 25 de junho de 2023
Abertura: 13 de maio a partir das 19h
Horário: quarta a domingo, das 12h às 19h
Entrada: Gratuita
Classificação: livre
Estacionamento no local
Crianças somente acompanhadas pelos responsáveis
