RESERVA CULTURAL MOSTRA PROCESSOS ARTíSTICOS
A mostra aquilo que nos vê, para onde o olho alcança ocupará a Galeria de Arte Reserva Cultural a partir do próximo dia 12 às 19 horas. Realizada pela Eixo Arte Contemporânea, a exposição é o resultado de um processo artístico de vivência e reflexão sobre a produção de 12 artistas acompanhados pelos orientadores Bianca Madruga e Vilmar Madruga. Para eles ainda que não houvesse pontos de partidas ou direções estabelecidas durante o jogo/caminho nota-se uma certa vontade de paisagem fissurada e a relação do corpo com ela, seja pela via do afeto e da memória, seja pelo desejo de horizonte ou da própria noção de vazio, de indizível. A mostra reúne os artistas Amanda Leite, Caetano Rocha, Cecilia Cipriano, Clara Infante, Davy Alexandrisky, Deni Corsino, Dulce Lysyj, Eda Miranda, Luciane Villanova, Maria Emilia Mendes e Paula Queiroz. A mostra seguirá na galeria até 1º de maio e obedecerá as orientações sanitárias de distanciamento e número limitado de visitantes na sala.
GALERIA RESERVA CULTURAL
Rua Visconde do Rio Branco, 880
Niterói/RJ
Visitação:
Diariamente das 12 às 22 horas
Encerramento dia 01 de maio
aquilo que nos vê, para onde o olho alcança
O que vemos nesta mostra é o resultado de um processo artístico de vivência e reflexão sobre a produção de 12 artistas durante algum tempo. Não é visível aqui coincidências poéticas ou questões formais já que não há pontos de partidas ou direções estabelecidas durante o jogo/caminho. Ainda assim, nos surpreendeu uma certa vontade de paisagem fissurada e a relação do corpo com ela, seja pela via do afeto e da memória, seja pelo desejo de horizonte ou da própria noção de vazio, de indizível. Vemos momentos de espera do artista para que a obra se entregue por inteiro, seja por motivos técnicos como o uso de substâncias ou materiais menos comuns sobre o suporte, seja pela imposição de algum peso, medida ou acontecimento do próprio trabalho. Entre estas lacunas é possível se adivinhar buracos negros onde exatamente é por onde se estabelece a luz. Como uma aventura suspensa ou como o título caetanesco de uma das obras: aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína. Há neste conjunto de processos essa espécie de mirada, mas não se sabe ainda se esse olhar se dirige àquilo que se põe à frente ou àquilo que ficou para trás. Também existe aqui um diálogo potencialmente frutífero com a relação do humano com a alteridade, mas ainda, e principalmente, ao que parece, esse olhar está, em um certo sentido, organizado pelo modo com o qual se pensa coletivamente uma ideia de futuro. As coisas nos olham e o que vemos depende de como devolvemos o olhar para aquilo que nos vê, para onde o olho alcança.
Bianca Madruga
Vilmar Madruga